quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As agruras do coitado santo casamenteiro

Santo Antônio casamenteiro
Virou santo dos namorados
Que trabalha o ano inteiro
E ainda tem seu menino tirado
Por uma solteira qualquer
Que a muito tempo de pé
Não sabe o que é ter namorado.

Eita vida difícil!
Desse santo casamenteiro
Que trabalha noite e dia
Mais até que um carpinteiro
Sendo muito penalizado
Corre de lá para cá
Mas que profissão sem graça essa que foi arrumar.

Enquanto a história não muda
Lá vai o santo casamenteiro
Para arrumar companhia
Prum bando de povo solteiro
Que para se casar logo-logo
Faz até economia
E não poupa Ave Maria.

Santo Antônio coitado
Que vive a trabalhar
Quando não arranja um namorado
De cabeça para baixo vai ficar
Pra esse coitado é pouco
Pois além de juntar os outros
Tem que fazer casar.

É desse santo coitado
Que tem pouca romaria
Que venho falar agora
Pra vossa senhoria
Que tem muito pra fazer
Tenha fé que ele te arruma
Logo-logo um bem querer.

Cuida muito desse santo
Toma conta o dia inteiro
Pois em breve ele vai trazer
Boas novas sem correios
Pois para o par perfeito chegar
Vale a pena se arrumar
E ficar daquele jeito!

Laís Correia/Jackson Caetano

sábado, 24 de setembro de 2011

Não me pertenço mais

Assim em frangalhos
E num pedaço de papel eu me pinto
Ora púrpura, ora transparente
Mas não encontro a minha imagem
Se a alma não me pertence mais.
Tenho a noite no meu peito
Sem estrelas nem luar
Apenas noite, só noite
Sozinha só.
Vento,me leve
Para onde o Sol nasce
Para me refazer
Nascer outra vez
Só não me leve para o mar
Porque de lá não voltarei jamais
Só serei pedaços
Como esse papel que agora rasgo
Para que o destino me redesenhe com um sorriso.

Laís Correia
24-09-2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ausência

Ninguém
E o meu coração esvaziou-se
Meu corpo projetado em uma cadeira
O meu olhar fixado em um ponto
Busca um itinerário imaginário
E os fantasmas figuram as minhas fantasias.
Sinto uma dor no peito
Cada vez mais profundo
A cada segundo.
A alucinação
Encantada com a minha tristeza
Me oferece um copo de uísque
E uma transa.
Ainda sentada no aposento rústico
Começo a delirar
Sentindo o frio da sua presença-ausência
E o gosto amargo do uísque
Por não ter provado do teu sabor.
No ápice do meu orgasmo
Meu corpo gelado abraça o chão.
Ninguém
E o meu coração perdeu-se.

Laís Correia
07/09/2011