sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

As avessas

Parece até estranho
Para eles
Não para mim
Desculpa por ser assim as avessas
Não é por mal
Consigo levitar sem tirar os pés do chão
Não queira me puxar para baixo
Eu gosto de voar
E quero queimar
Sempre que o amor tocar a minha língua
Mel na língua poesia.
E não penso em outra coisa
Quero eu flecha
Sacudir a balança
E com ela construir caminhos tortos
Rodopiar no vento universo
Bailar até não cansar.
Não quero parar
Me deixa cantar
A vida que sinto agora
Sentindo arrepios no calor.
O que me deixa assim?
Ai ai, o amor!

Laís Correia
16/12/2011


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ficará na lembrança

Estou de partida,meu bem
Estou porque tenho que ir
E não fico triste
Nem fiques triste
Porque o sentimento ficou
E permanecerá
Até o tempo fazer o seu trabalho
De transformar o amor em lembrança
Um amor que por fim
Não se concretizou
Talvez por ser maior que nós
Talvez porque a minha voz
Não soube dizer as palavras
Que você esperava ouvir
Por medo...talvez.
Eu sei,meu amor,eu sei
Que você sabe do meu querer
E isso me deixa feliz
E sei que você fica feliz por saber.
Agora posso ir
Sem juras,sem problemas
Levando o mais lindo amor que já vi
Amor que não foi realizado
Mas existiu e foi iluminado.

Laís Correia
19/10/11

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

As agruras do coitado santo casamenteiro

Santo Antônio casamenteiro
Virou santo dos namorados
Que trabalha o ano inteiro
E ainda tem seu menino tirado
Por uma solteira qualquer
Que a muito tempo de pé
Não sabe o que é ter namorado.

Eita vida difícil!
Desse santo casamenteiro
Que trabalha noite e dia
Mais até que um carpinteiro
Sendo muito penalizado
Corre de lá para cá
Mas que profissão sem graça essa que foi arrumar.

Enquanto a história não muda
Lá vai o santo casamenteiro
Para arrumar companhia
Prum bando de povo solteiro
Que para se casar logo-logo
Faz até economia
E não poupa Ave Maria.

Santo Antônio coitado
Que vive a trabalhar
Quando não arranja um namorado
De cabeça para baixo vai ficar
Pra esse coitado é pouco
Pois além de juntar os outros
Tem que fazer casar.

É desse santo coitado
Que tem pouca romaria
Que venho falar agora
Pra vossa senhoria
Que tem muito pra fazer
Tenha fé que ele te arruma
Logo-logo um bem querer.

Cuida muito desse santo
Toma conta o dia inteiro
Pois em breve ele vai trazer
Boas novas sem correios
Pois para o par perfeito chegar
Vale a pena se arrumar
E ficar daquele jeito!

Laís Correia/Jackson Caetano

sábado, 24 de setembro de 2011

Não me pertenço mais

Assim em frangalhos
E num pedaço de papel eu me pinto
Ora púrpura, ora transparente
Mas não encontro a minha imagem
Se a alma não me pertence mais.
Tenho a noite no meu peito
Sem estrelas nem luar
Apenas noite, só noite
Sozinha só.
Vento,me leve
Para onde o Sol nasce
Para me refazer
Nascer outra vez
Só não me leve para o mar
Porque de lá não voltarei jamais
Só serei pedaços
Como esse papel que agora rasgo
Para que o destino me redesenhe com um sorriso.

Laís Correia
24-09-2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ausência

Ninguém
E o meu coração esvaziou-se
Meu corpo projetado em uma cadeira
O meu olhar fixado em um ponto
Busca um itinerário imaginário
E os fantasmas figuram as minhas fantasias.
Sinto uma dor no peito
Cada vez mais profundo
A cada segundo.
A alucinação
Encantada com a minha tristeza
Me oferece um copo de uísque
E uma transa.
Ainda sentada no aposento rústico
Começo a delirar
Sentindo o frio da sua presença-ausência
E o gosto amargo do uísque
Por não ter provado do teu sabor.
No ápice do meu orgasmo
Meu corpo gelado abraça o chão.
Ninguém
E o meu coração perdeu-se.

Laís Correia
07/09/2011




sábado, 27 de agosto de 2011

É brasileiro

Do menino jogando capoeira
A casa de barro de Cachoeira
É brasileiro
Das tribos Kaiapó,Tapirajé,Bororó
Aos orixás do Dique do Tororó
É brasileiro
Da Marina saboreando jabuticaba
Ao Muriqui apanhando uma goiaba
É brasileiro
Da Caatinga do Sertão e do Agreste
A Mata Atlântica do Sudeste e Noroeste
É brasileiro
Do negro com branco e índio
A África mãe gentil
Tem os seus filhos heroicos
Clamando por liberdade
Não mais gritando do Ipiranga
Mas, batucando no pandeiro
É brasileiro!


Laís Correia
27/08/2011

sábado, 30 de julho de 2011

Ego

O meu exagerado otimismo
Faz com que eu transcenda
E atinja o inatingível
A minha ânsia do muito
Me faz não ter medo de preconceitos
E seguir em frente
A minha imensurável liberdade
Faz com que eu ame várias vezes
E de vários modos
A minha franqueza afiada
Desperta a ira de uns
E a admiração de outros
A minha alegria despreocupada
Causa por vezes a incompreensão
Mas a minha alma sabe a tal razão de sorrir
Viver é a palavra chave
Viver!
Pois cada segundo que passa
É uma gota de sua vida que não volta jamais.

Laís Correia
30/07/2011

sábado, 5 de março de 2011

Um ato de amor

Não sei escrever cartas de amor
Não sei dizer eu te amo
O amor não se escreve nem se diz
Apenas palpita e se sente
Numa linguagem corporal intraduzível
Entendida,contudo
Por ser única para todos
Apenas sinto
Desespero e fico alegre
Mas definir...não sei
Prefiro que percepa
O meu corpo quente
Os meus olhos a deitar algumas lágrimas
Porém,não escreverei nem falarei
Pois tais atos me tem um tom de superficialidade
Então beijarei-te
E assim terás a mais bela poesia de amor.

Laís Correia
27/02/2011

Crise poética

Desculpem-me a falta de palavras
Neste momento estou sem cerébro e sem alma
Um rosto sem expressão
Uma moldura sem o retrato
Apenas um casco.
Ave sabedoria!
Dai-me a sua fúria de querer mais
Ânsia de abundância que eu tinha outrora.
Sensibilidade...
Esta ainda me resta
Mas as palavras me faltam
Fico assim,sem ferramentas para trabalhar.
Deixai que as flores brotarão novamente
E aí versificarei lépida e intensamente
Mas por ora
A única palavra que me faz companhia
É o não.


Laís Correia
21/02/2011

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Morte em vida

Sepultarei-me então
No jazido do inconformismo e do ócio
Na minha cova sem cores e sem graça
Não moverei um só músculo
Somente os meus ouvidos estarão ativos
Alertas para a presença de alguém
Se eu ouvir algum ruído
Interrarei-me ainda mais
Até meu coração parar de bater
E aí não ouvirei mais nada
Suicidando a minha angústia
E fim.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sobre uma mulher

Derrepente uma mulher
Com comportamentos febris e libertinos
Ela inventa a sua vida
Vendo o mundo de ponta cabeça
Por não aceitar o que seus olhos vêem.
Voluptuosa,sensual,quente
Desabafa o seu interior diferente
Abafando o senso comum e o moralismo.
Liberdade!
Ela sabe a real significação da palavra
Por ser a própria liberdade.
Nada a seguir ou a obedecer
Sabe seu início,meio e fim
Molda seu destino como quer
Seu Deus é seu espelho
Com ele
Faz todos os seus pedidos e agradecimentos.
Derrepente uma mulher
Escrita numa página amarelada
Agora é uma história.
Por ser desmedida e única
Transcendeu a vida.

Laís Correia
24/01/2011

Rei

Um dia o Sol se pôs em meu colo
Quebrando todo o gelo da solidão
Deitada no teu corpo celeste
Sou toda luz e calor
Sou toda sua,Sol
Júpiter do amor
Girando ao seu redor.
Rei que me faz suar de delírio
Amanhece o meu desejo
Faz-me acreditar na felicidade
Faz-me sua rainha
Não deixe que a sombra se faça presente
Ilumine-me
Que sempre em seu cosmo irei estar.

Laís Correia
05/01/2010